Friday, November 30, 2007

As múltiplas facetas de Hélder Reis...


Aos doze anos, entrou no colégio interno “ tinha muitas ordens, muitas regras, horários rígidos, obrigações”. Licenciou-se em Teologia e diz que o mais importante que aprendeu no seminário, foi ter a capacidade de duvidar “grande parte dos Teólogos nos diz que o importante é nós termos a capacidade de duvidar e questionar o que nos rodeia”.


Como possuía um gosto apurado pela escrita, decidiu escrever um livro, e foi convidado a apresenta-lo na RTP, voltou lá com a sua banda, os Pólen, e foi convidado para fazer um teste, foi escolhido e passou a ser assistente do programa, o programa foi novamente reestruturado e tal como conta Hélder Reis “perguntaram-me se eu não gostaria de experimentar estar à frente de uma câmara a fazer outras coisa, aceitei” e foi escolhido . “Comecei a fazer um trabalho por semana, depois dois, três e pronto fui crescendo”.


Hélder Reis faz parte dos Pólen há seis anos, na sua banda tentam aliar as sonoridades tradicionais ao pop e ao jazz, escolheram este tipo de música porque consideram ser “um tipo de música com a qual todos nós nos identificamos”. A banda nasceu de “um encontro cheio de boas vontades e de sonho, e por isso decidimos fazer o projecto dentro daquilo que nós queremos e não o que a lei de mercado quer”.


Se tivesse de optar por uma das suas actividades, a televisão, a escrita ou a música, Hélder Reis revela que "não optava, juntava os três como tenho feito até agora. Não posso escolher entre uma delas".

Lançamento do livro "Branco" de Hélder Reis





No dia 29 de Setembro, o Café Guarany, situado no centro da cidade do Porto, virado para a Avenida dos Aliados, recebeu um evento inovador.
Hélder Reis, apresentou no Guarany um livro inovador em tinta e em Braille, com o título Branco.


Esta ideia e esta preocupação para a deficiência, neste caso, a deficiência audiovisual, surgiu como nos conta Hélder Reis porque “tenho alguns amigos deficientes”, porque foi locutor na Biblioteca do Porto na área sonora e desenvolveu “uma sensibilidade em relação às pessoas que não vêem ou então que vêem com muitas dificuldades”.


Quando surgiu a ideia do livro, apresentou a proposta à Fundação Manuel Leão, que é a editora, disse-lhes que gostava de fazer um livro de integração já que não havia nada publicado em Braille “não há nada em Braille, foi mais uma vez com um conjunto enorme de boas vontades”.
Este é um livro apresentado em formato A5, mas impresso em tinta e em Braille.


Na apresentação do seu livro, Hélder Reis mostrou uma enorme sensibilidade para este problema, e apelou a necessidade de não discriminação dos deficientes.
Nessa noite, foram lidos alguns dos poemas constantes do livro “Branco” por pessoas normovisuais e por pessoas cegas.
A reacção do público tem sido óptima e muito calorosa, “não há nenhum livro em Portugal escrito em Braille, o livro vai na segunda edição, tem uma imagem táctil que é uma coisa que também não há.”

No entanto explica que publicou o livro, Branco, para um público generalizado “para todos aqueles que tem deficiências e para os que não têm”.